COP26 | +1,5º e -50: o que estes números representam e como afetam o setor de eletroeletrônicos

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A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia, busca definir novos regramentos globais para as emissões de carbono. Nesta quarta-feira (10), após dez dias de negociações, um projeto inicial de declaração foi divulgado.

+ 1,5º

Neste documento draft (rascunho), a cúpula do clima pede aos quase 200 países participantes que “revisem e fortaleçam” seus planos de descarbonização já para o próximo ano, antecipando a data em três anos. Isso porque os dados científicos mostram que as metas atuais estão muito longe do ponto estabelecido, que é o de estancar o aquecimento global ao limite máximo de +1,5ºC.

Todos os compromissos somados até agora continuariam levando a Terra à um problemático aquecimento de +2,7°C ou +2,1°C, na melhor das hipóteses.

– 50%

Durante a COP26, o governo brasileiro reafirmou a meta de reduzir as emissões dos gases associados ao efeito estufa até 2030 e a neutralização de carbono até 2050 em cinquenta porcento (-50%) em relação às emissões atuais (que são da ordem de 2,4 bilhões de toneladas de CO²).

Estes são os números! E para a concretização mandatória destas metas, o setor privado está totalmente envolvido e desempenha papel estratégico. 

Em 2021, antes do início da COP 26, CEOs de grandes empresas brasileiras compilaram um importante documento batizado “Empresários pelo Clima”, assinado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Para o grupo de empresários (de diferentes áreas como o agronegócio, aviação, logística, farmacêutico, petroquímico, saúde, tecnologia, telefonia, varejo e o elétrico), o Brasil tem vantagens comparativas únicas na corrida para alcançar uma economia de emissões líquidas de carbono neutras, dependendo para isso de um arcabouço político-regulatório que apoie essa trajetória. No contexto do setor de resíduos eletroeletrônicos, o assunto foi amplamente debatido durante as edições do Webinar REE Insights Brasil Reverso. 

“O documento e essa participação direta na COP 26 foi um marco para o Brasil, mostrando de que maneira coletiva a gente pode se unir. O setor empresarial brasileiro tem adotado ações corporativas concretas, como o preço interno de carbono e as metas de neutralização”, afirmou Marina Grossi, CEO do CEBDS. 

Para a evolução deste cenário, está diretamente envolvida a questão dos “créditos de carbono”, englobando o planejamento das companhias para essa gestão e a regulação do mercado de carbono no Brasil, por meio do pelo projeto de lei 528, em discussão no Congresso Nacional.

As empresas precisarão não apenas neutralizar seus impactos ambientais com ações compensatórias, mas também ter planos efetivos de minimização de emissões. Neste contexto, poderão ser gerados créditos de carbono que poderão ser negociados e comercializados com outras empresas que geram impactos ambientais maiores e precisam desse crédito para atingir suas metas. Discute-se, inclusive, a criação de uma moeda verde para essas transições“, explica Camila Mattana, head de ESG da BrasilReverso.

Segundo Camila, a empresa acompanha de perto o processo de regulamentação do mercado de carbono, pois significa o fortalecimento dos negócios circulares no país. “Estamos nos preparando para atender esse novo mercado, pois fabricantes, distribuidoras e importadoras de eletroeletrônicos precisarão abrir caminhos para essa questão indispensável”, complementa.

Assim como na COP26, na BrasilReverso a hora é de olhar para o futuro e agir no presente.